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Chamados

domingo, 20 de março de 2011

Por quê?

É incrível com duas pequenas palavras podem fazer nossas mentes produzirem as mais profundas intervenções dialéticas e ao mesmo tempo produzir um tanto de lixo que se convertido em material físico, palpável, se tornaria em toneladas e toneladas de esterco.
Na verdade, eu sou o tipo de pessoa que gosta daquelas respostas dadas aos porquês da vida de uma forma mais simples, sem pompas e sem rodeios.
E uma destas respostas eu ouvi quando estava assistindo um programa jornalístico na Globo News em que a jornalista entrevistava um professor de filosofia e história da PUC - São Paulo. A então repórter fez uma pergunta a respeito de como o povo japonês estaria lidando com a situação caótica após o tsunami. E em umas de suas perguntas ela fez a seguinte:
Qual seria a resposta que o japonês teria ao perguntar: Por quê isso está acontecendo?
Achei interessante a resposta dada por este homem de grande inteligência e simplicidade. A grosso modo ele disse o seguinte:
E le, o povo japonês, nunca perguntaria isso. Como nunca perguntou e nunca perguntará. Isso porque este povo tem em sua cultura e história a seguinte visão: Tudo na vida é um ciclo. Há momentos em nossas vidas para plantar e outros para colher. Nascemos, vivemos e morremos. E isso é uma dádiva. Se não envelhecermos é porque morreremos jovens devido a um acontecimento natural pertencente a este ciclo. Algo normal.”
A repórter tentou extrair algo a mais do professor levando-o ao âmbito da religião, onde D’us se encaixaria nesse caos. O professor riu e reafirmou: “Querida, para o povo japonês, D’us não tem culpa nenhuma. Seja ele o deus de sua cultura ou o D’us criador dos céus e da terra. E como disse e reafirmo: Para eles o que aconteceu não é motivo para gerar raiva, ódio ou rancor. Para eles é apenas o ciclo normal da vida. Uma oportunidade para reavaliar o que pode ser melhorado e de recomeçar tudo de novo!”
Como eu fiquei reflexivo ante a resposta do professor ao expor a visão do povo nipônico. Não há irá e nem rancor contra os seus deuses. Tão diferente de nós, ocidentais, protestantes, evangélicos e crentes. Quantas vezes perguntamos ao Senhor inúmeros porquês somados de iras, frustrações e mágoas.  
Temos muito que aprender com eles. Eles praticam a bíblia sem confessá-la e nós confessamos sem praticá-la quando algo difícil ou ruim em nossas vidas acontece. Não é culpa do Eterno. É apenas parte do ciclo da vida. Eu plantei, eu colherei. Por isso, cuidado com o que e como você planta.
Shalom
Everson Tavares, diácono.

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